Parasitas de cachorro: como instruir tutores a reduzir os riscos em casa?
9 fevereiro 2022
Os parasitas de cachorro podem ser classificados como ectoparasitas e endoparasitas, sendo pulgas, carrapatos, ácaros, giárdia e helmintos os principais. Esses parasitas podem causar desde coceiras intensas, como é o caso das infestações por pulgas, até enfermidades mais graves que podem culminar em óbito, como a “doença do carrapato”.
Por isso, é importante adotar medidas preventivas para garantir mais qualidade de vida para o pet, especialmente porque o ambiente domiciliar pode ser uma fonte de proliferação desses parasitas em cachorro. E, além disso, muitas enfermidades causadas por parasitas tem potencial zoonótico, ou seja, podem ser transmitidas para os seres humanos. Para entender melhor sobre como os veterinários podem instruir os tutores a reduzir os riscos em casa, conversamos com a médica-veterinária Thais Wendling.
Para cada parasita externo de cachorro existem mais 20 no ambiente domiciliar
Thais destaca que os parasitas de cachorro podem estar em qualquer lugar, inclusive dentro de um ambiente doméstico limpo e arejado. “É importante lembrar que apenas 5% das pulgas e dos carrapatos ficam no animal, ou seja, 95% se encontram no ambiente, nas suas formas imaturas (ovos, larvas, pupas ou ninfas). Por isso, a prevenção é indispensável, mesmo nos cães que só ficam dentro de casa. Dessa forma, é possível proteger os animais de infestações de pulgas e carrapatos, e auxiliar no controle ambiental”, afirma.
No caso do carrapato, isso acontece porque a maioria das etapas do seu ciclo de vida se desenvolve no ambiente. Por exemplo, o carrapato R. Sanguineus, agente transmissor da babesiose canina (uma das principais zoonoses transmitidas por carrapato em cachorro), se instala em frestas das paredes e nas dependências do abrigo do cão quando está no período de muda de fase do ciclo. Isso dificulta a sua eliminação, pois nessa etapa do ciclo é difícil visualizar o artrópode.
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Prevenção de parasitas em cachorros: tutores devem manter vacinação e a vermifugação do animal atualizados
Para reduzir os riscos em casa, a médica-veterinária ressalta que é importante instruir os tutores a manter os protocolos de vacinação e vermifugação do cachorro em dia, assim como orientar o uso de produtos que auxiliam no controle de ectoparasitas.
“Hoje no mercado não faltam opções de prevenção contra pulgas, carrapatos e ácaros. Existem comprimidos mastigáveis, pipetas de aplicação, sprays e as coleiras antiparasitárias, que ainda possuem o bônus superimportante de proteção contra o mosquito palha, vetor da leishmaniose. A escolha do método de prevenção deve ser realizada junto com o médico-veterinário, que dependendo da região onde o cão mora e da sua rotina, pode ser necessária a associação de dois métodos”, afirma.
Em relação ao protocolo de vermifugação, Thais lembra que é preciso respeitar o intervalo indicado pelo veterinário. “Deve ser iniciado com o cão filhote, no período entre os primeiros 15 e 30 dias de vida. Na idade adulta, a recomendação varia de acordo com o estilo de vida do animal. Cães que têm o costume de passear, que têm contato com outros animais, é indicado que a vermifugação seja feita de 3 em 3 meses. Animais predominantemente domiciliados podem realizar a repetição da dose a cada 6 meses”, finaliza.
Controle ambiental é indispensável para prevenir infestações de parasitas de cachorro
Essas medidas de controle no animal devem estar associadas a estratégias para eliminar os ectoparasitas no ambiente, incluindo a higienização com produtos adequados de superfícies como carpetes, paredes, frestas, ralos, pisos e o abrigo do cachorro. Isso é eficiente para que os tutores reduzam os riscos de infestações parasitárias, já que os cães domésticos passam a maior parte do tempo em casa. Outras formas de atuar no controle ambiental incluem aplicação de inseticidas específicos no ambiente e a retirada de entulhos no quintal ou terreno que o cão tem acesso.
Em resumo, os tutores devem estar cientes de que a prevenção é fundamental, mesmo em cães que não têm acesso à rua, pois alguns dos parasitas como pulgas e carrapatos, entram na casa onde o pet vive não só através de passeios, mas também por meio das roupas e calçados. Assim, os médicos-veterinários devem ressaltar aos donos de pets a importância dos cuidados com o ambiente para evitar infestações parasitárias.
* Thaís Wendling Gomes (CRMV/MG 21770) é graduada em Medicina Veterinária pela UNIVIÇOSA e é membro da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Veterinária.