Os sintomas da bronquite infecciosa em aves e que medidas tomar para evitá-la
14 janeiro 2022
A bronquite infecciosa das galinhas é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus pertencente à família Coronaviridae. Essa enfermidade está associada ao aumento da taxa de mortalidade animal, representando uma ameaça econômica para o setor de avicultura. Como o próprio nome sugere, a bronquite infecciosa afeta o sistema respiratório das galinhas, mas também pode comprometer o sistema reprodutivo. Para entender melhor sobre a manifestação dos sintomas da bronquite infecciosa em aves e as formas de evitar surtos da doença, conversamos com o médico-veterinário Saulo Veríssimo. Confira!
Insuficiência respiratória e queda da performance reprodutiva são sintomas da bronquite infecciosa das galinhas
O trato respiratório é o principal sítio de replicação viral na bronquite infecciosa aviária, principalmente nas células epiteliais dos pulmões, sacos aéreos e nas células secretoras de muco. Esse quadro causa sinais clínicos, como insuficiência respiratória, tosse, congestão nasal e ruído pulmonar anormal. Além disso, pode se agravar em aves jovens, que têm maior tendência a apresentar obstrução traqueal por muco, seguida de óbito.
Em relação aos sintomas que podem se manifestar no sistema reprodutivo, Saulo explica que “O vírus da bronquite tem tropismo pela parte reprodutiva das aves, principalmente o oviduto. Assim, ocorre a multiplicação viral na região, prejudicando a reprodução das aves e a produção de ovos”. Por isso, o produto final pode apresentar casca fina, com deformidades e parte interna aquosa, causando déficits financeiros ao plantel.
Em todos os casos, a gravidade dos sintomas de bronquite infecciosa em aves varia de acordo com fatores como idade da galinha, carga viral envolvida, período de postura das aves, qualidade sanitária da propriedade e do manejo, genética, doenças coexistentes e imunidade animal.
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Vacinação e estratégias de biosseguridade reduzem a incidência de bronquite infecciosa aviária
Saulo Veríssimo afirma que uma das formas de prevenir a bronquite infecciosa é adotar um esquema de vacinação bem planejado: “Deve-se identificar quais são as áreas da integração, propriedade ou plantel que têm problemas com bronquite e fazer a vacinação estratégica principalmente pensando em microrregiões”. O ideal é que a imunização das aves seja feita em data única e em aves com a mesma idade. Assim, é possível obter respostas imunológicas uniformes.
Além da vacinação, os cuidados com a biosseguridade da granja são essenciais para evitar surtos da doença. A alta densidade populacional, por exemplo, oferece alto risco de propagação viral e surgimento de novas variantes do vírus. Por isso, é importante que a ambiência tenha uma estrutura que possibilite o correto distanciamento entre as granjas e uma boa renovação do ar.
* Saulo Veríssimo (CRMV GO 6838) é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Possui também mestrado em Nutrição de Monogástricos pelo Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG).